terça-feira, dezembro 01, 2020
segunda-feira, setembro 21, 2020
quinta-feira, junho 25, 2020
Um poema em português - "Meditação do Duque de Gândia"
Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen por Rita Loureiro
Meditação do Duque de Gândia
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.
Nunca mais amarei quem não possa viver sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, junho 24, 2020
domingo, junho 21, 2020
quinta-feira, junho 18, 2020
Um poema em português - "Uma pequenina luz"
"Uma pequenina luz"
Um poema de Jorge de Sena por Catarina Guerreiro
“Uma Pequenina Luz”
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla… em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla… em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha
Jorge de Sena
quarta-feira, junho 17, 2020
Um poema em português - "Quando vier a primavera"
"Quando vier a Primavera"
Um poema de Alberto Caeiro por Pedro Lamares
Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
terça-feira, junho 16, 2020
sexta-feira, junho 12, 2020
"Lágrima de preta"
de António Gedeão
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
terça-feira, junho 09, 2020
segunda-feira, junho 08, 2020
sexta-feira, junho 05, 2020
quinta-feira, junho 04, 2020
quarta-feira, junho 03, 2020
terça-feira, junho 02, 2020
segunda-feira, junho 01, 2020
terça-feira, maio 26, 2020
segunda-feira, maio 25, 2020
quinta-feira, maio 21, 2020
Curta metragem - "Destiny"
Destiny
O curta Destiny apresenta uma reflexão sobre o modo de vida no mundo moderno, em que deixamos de apreciar "as coisas" da vida. A importância da pausa, surge como um ponto muito importante." Realização de Fabien Weibel.
terça-feira, maio 19, 2020
segunda-feira, maio 18, 2020
quarta-feira, maio 13, 2020
Visita à Assembleia da República
Palácio de S. Bento - Assembleia da República
O Palácio de São Bento é um palácio de estilo neoclássico situado em Lisboa, sendo a sede do Parlamento de Portugal desde 1834. Foi construído em finais do século XVI (1598) como mosteiro beneditino (Mosteiro de S. Bento da Saúde) por traça de Baltazar Álvares, apresentando feição maneirista e barroca. Com a extinção das ordens religiosas em Portugal passou a ser propriedade do Estado.
Depois da implantação do regime liberal em 1834, após a Guerra civil portuguesa, tornou-se sede das Cortes Gerais da Nação, passando a ser conhecido por Palácio das Cortes. Acompanhando as mudanças da denominação oficial do Parlamento, o Palácio foi, também, tendo várias denominações oficiais: Palácio das Cortes (1834-1911), Palácio do Congresso (1911-1933) e Palácio da Assembleia Nacional (1933-1974). Em meados do século XX passou a utilizar-se, geralmente, a designação de Palácio de S. Bento em memória do antigo Convento. Essa denominação manteve-se, depois de 1976, quando passou a ser a sede da Assembleia da República.
Depois da implantação do regime liberal em 1834, após a Guerra civil portuguesa, tornou-se sede das Cortes Gerais da Nação, passando a ser conhecido por Palácio das Cortes. Acompanhando as mudanças da denominação oficial do Parlamento, o Palácio foi, também, tendo várias denominações oficiais: Palácio das Cortes (1834-1911), Palácio do Congresso (1911-1933) e Palácio da Assembleia Nacional (1933-1974). Em meados do século XX passou a utilizar-se, geralmente, a designação de Palácio de S. Bento em memória do antigo Convento. Essa denominação manteve-se, depois de 1976, quando passou a ser a sede da Assembleia da República.
Para fazer uma visita clica na imagem.
terça-feira, maio 12, 2020
segunda-feira, maio 11, 2020
quarta-feira, maio 06, 2020
terça-feira, maio 05, 2020
quarta-feira, abril 29, 2020
segunda-feira, abril 27, 2020
quinta-feira, abril 23, 2020
Dia Mundial do Livro
Dia Mundial do Livro
![]() |
Autoria da ilustradora Mariana Rio |
Desde
1996 que por decisão da Unesco se comemora a 23 de abril o Dia Mundial do Livro
e do Direito de Autor.
Deste
modo homenageiam-se as obras de grandes escritores, como Shakespeare, Cervantes
e Garcilaso de la Veja, que faleceram em abril.
Segundo
a tradição catalã neste dia os cavalheiros presenteiam as suas damas com uma
rosa vermelha de S. Jorge, cujo dia também hoje se comemora, recebendo em troca
um livro,
divulgando
o cartaz escolhido pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
(DGLAB) da autoria da ilustradora Mariana Rio.
quarta-feira, abril 22, 2020
terça-feira, abril 21, 2020
#Estudo Em Casa - Comunidade Youtube
O #EstudoEmCasa chega ao YouTube através de 5 novos canais, com aulas para crianças e jovens da Educação Pré-escolar ao ensino secundário.
Num momento em que as atividades letivas
presenciais estão suspensas, multiplica-se a oferta de conteúdos
pedagógicos, para lá da resposta via televisão concebida para os alunos
do ensino básico.
Foi criada uma plataforma assente no
YouTube, que permite que os professores disponibilizem as suas aulas,
possibilitando que elas fiquem acessíveis à comunidade educativa
alargada.
(…)
No YouTube os canais poderão ser encontrados fazendo a pesquisa por “DGE #EstudoEmCasa”, ou nos seguintes links:
segunda-feira, abril 20, 2020
Moodle António Sérgio
A BE/CRE António Sérgio no Moodle
Agora a BE/CRE Anónio Sérgio também está no Moodle do Agrupamento de Escolas António Sérgio, Disponibiliza aí alguns dos seus serviços de apoio à comunidade escolar, nomeadamente, apoio à educação literária e apoio à realização de diversos trabalhos curriculares.
- Links para plataformas de aprendizagem online;
- Acessos a diversos livros digitais;
- Diversas ferramentas relacionadas com as diversas disciplinas;
- Jogos e passatempos.
quarta-feira, abril 15, 2020
terça-feira, abril 07, 2020
quarta-feira, abril 01, 2020
sábado, março 28, 2020
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